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Entre Mobilidades e Permanências: Uma Análise das Espacialidades Cotidianas da População em Situação de Rua na Área Central da Cidade do Rio de Janeiro

Tese de doutorado apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geografia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, como requisito parcial à obtenção do titulo de Doutor em Geografia

ROBAINA, Igor Martins Medeiros. Entre mobilidades e permanências: uma análise das espacialidades cotidianas da população em situação de rua na área central da cidade do Rio de Janeiro. Orientador: Paulo Cesar da Costa Gomes.

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O tema central da tese é a discussão da população em situação de rua, sua vida cotidiana e das múltiplas relações mantidas com o espaço. O objetivo principal foi analisar o
papel da espacialidade na vivência dessa população. De fato, muitas são as discussões e análises sobre este fenômeno, entretanto, pouquíssimas destas se dedicaram, especificamente, a essas relações. Difunde-se assim, a ideia de que este segmento populacional não se organiza segundo qualquer ordem espacial e, portanto, estariam perambulando, vagueando ou perdidos nos espaços públicos. O desafio contido nessa tese foi, nesse sentido, o de compreender se existia algum vínculo com a dimensão espacial, sobretudo nas práticas cotidianas mantidas por essa população.

Metodologicamente, o procedimento central na pesquisa foi a organização de um minucioso trabalho de campo que se mostrou um eficiente instrumento da prática de pesquisa geográfica, aqui concebida como um contínuo processo. As visitas ao campo ocuparam quase dois anos e foram realizadas mais de uma centena de longas entrevistas nos espaços públicos com essa população. Por meio da enunciação dos próprios sujeitos emergiram categorias vinculadas ao cotidiano, principalmente aquelas relacionadas às suas atividades diárias. A espacialidade foi entendida como o conjunto das lógicas de mobilidades, permanências e ritmos espaciais na execução dessas práticas. Constatamos que, mesmo diante de um conjunto complexo de adversidades, esta população não opera de modo aleatório, pelo contrário, possui uma série de lógicas, marcadas por práticas e estratégias espaciais que produzem lugares, territórios, trajetórias e circuitos espaciais cotidianos. Por fim, concluímos que a espacialidade se constitui em um elemento-chave para a interpretação deste fenômeno e necessita ser incorporado nas análises sobre o tema, pois demonstrou possuir uma dimensão essencial na organização da vida desta
população.

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