ROSA, Isaac Gabriel Gayer Fialho. A FORMAÇÃO CONTINUADA DE PROFESSORES DE GEOGRAFIA E O USO DE GEOTECNOLOGIAS: O CASO DO PROJETO “ESCOLAS DO AMANHÔ DA REDE MUNICIPAL DE EDUCAÇÃO DO RIO DE JANEIRO/RJ. Orientador(a): Carla Madureira Cruz
Com o fim da ditadura civil-militar tivemos a conformação da Constituição “cidadã” de 1988 que estabeleceu a necessidade de expandir quantitativamente a abrangência da escola pública brasileira. A partir dos anos 1990 existiu a produção da Lei de diretrizes e bases da educação e política de fundos que quase universalizaram o Ensino fundamental em nosso território. Essa situação trouxe para a escola um novo contingente populacional que outrora era excluído de sua produção, criando uma sensação de crise de qualidade na escola estatal. Para enfrenta-la adotou-se em várias redes a disseminação de tecnologia educacional e dinâmicas de formação continuada docente.
Nesse contexto, em 2009, a prefeitura do Rio de Janeiro adotou o Projeto “Escolas do amanhã” que visa combater evasão escolar e baixos índices de IDEB em unidades localizadas em zonas conflagradas do espaço urbano. O objetivo geral da presente tese é analisar como ocorre a formação continuada do professor de geografia na rede municipal do Rio de Janeiro na questão da utilização das novas tecnologias e geotecnologias no âmbito do projeto “Escolas do Amanhã”. O projeto em tela em termos de avanço de IDEB de 2009 até 2011 apresentou uma diminuição de desigualdade de rendimento entre as unidades. O avanço das escolas em relação ao IDEB seguiu a inflexão da rede como um todo, demonstrado o pouco poder de transformação da realidade escolar local do programa. As unidades que apresentaram apenas as séries iniciais conformaram uma pequena evolução de alcance de metas.
As escolas que oferecem as séries finais apresentaram uma evolução marcante de IDEB. Cerca de 75% dos espaços escolares do programa oferecerem apenas ensino de séries iniciais (nível que apresentou uma fraca elevação), suscitando falhas na transformação do IDEB das escolas estudadas. A política de formação continuada de docentes se demonstrou fragmentada e com pouca capacidade de transformação do cotidiano escolar. A prática de educação geográfica apresentou baixo índice de incorporação de geotecnologias, e quando existia, essa se dava de maneira a não trazer modificações qualitativas significativas na prática docente. Dessa maneira, conclui-se que em termos
de IDEB a pior evolução no Projeto se situa nas unidades com séries iniciais. Em termos de formação continuada docente, pode-se inferir que essa deve sofrer transformações para contribuir para que o Programa ajude a construir uma escola com significas mudanças qualitativas.