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O Turismo de Sol e Praia no Contexto da COVID-19 Cenários e Recomendações

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O ano de 2020 chegou com um visitante inesperado, que em somente dois meses conseguiu viajar a quase todos os países do planeta: o novo coronavírus Sars-Cov2. A doença gerada pelo vírus, denominada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como COVID-19, ameaça não apenas a saúde de milhões de pessoas, bem como a de uma das atividades econômicas e sociais mais relevantes do século XXI: o turismo.

De acordo com a Organização Mundial do Turismo (OMT), durante o ano de 2019 houveram mais de 1,5 bilhão de viagens internacionais, a imensa maioria delas por motivos turísticos. Desde o seu inicio, as praias têm sido o principal destino da atividade turística em escala mundial, que se manteve inclusive no século XXI, em um contexto de rápido crescimento e diversificação. O produto do turismo de sol e praia, como é denominado genericamente, representa bilhões de pessoas e empresas a nível mundial, desde o Mar do Caribe até o Oceano Indico, passando pelo Mar Mediterrâneo e os múltiplos arquipélagos do Oceano Pacifico.

Sem dúvida, as praias são um espaço de enorme valor para a economia mundial, mas também para as sociedades atuais, já acostumadas a seus merecidos tempos de descanso e lazer. O turismo é atualmente talvez a mais equitativa das atividades globalizadas, apesar das restrições à mobilidade e acesso econômico que ainda persistem. No século XXI, bilhões de pessoas experimentaram outras culturas, outras perspectivas, outras paisagens, influenciadas pela curiosidade do turista. A ansiada paz mundial passa pelo reconhecimento do outro como sujeito válido de direitos e formas de pensar distintas, e apesar das suas atuais limitações, a atividade turística tem contribuído para isto em grande medida.

Porém, dentro desse contexto, a pandemia da COVID-19 obrigou uma reavaliação de todos os cenários que ocorriam há somente dois meses, todos. O turismo de sol e praia nunca voltará a ser igual, não poderá seguir sendo massivo, não poderá seguir imperando o modelo “tudo incluído”, não deverá continuar sendo um processo de degradação ecossistêmica e cultural. Ao parecer, um vírus teve que vir para colocar ordem no uso turísticos das praias, dado que a sua gestão ambiental e social foi insuficiente. A pergunta que surge, portanto, é: Como será o novo turismo nas praias? Uma pergunta tão ampla como difícil de responder para um produto que levava mais de 60 anos em uma zona de conforto e grande estabilidade econômica.

Este documento que agora é apresentado, almeja fornecer insumos para esse renascimento do turismo nas praias, a partir do olhar de dezenas de especialistas em gestão e certificação de praias da América Latina e Europa. Dividido em duas partes, inicialmente, uma análise geral da crise da COVID-19 é abordada, esboçando recomendações de ação durante e posteriores à pandemia, para, posteriormente, apresentar o critério de mais de quarenta especialistas da Rede Proplayas. Praticamente todos os países que conformam a Rede – que é a maioria dos países da América Latina e Península Ibérica – têm uma contribuição neste documento.

Somos conscientes que em um quadro total de incertezas pelo desenvolvimento da própria pandemia, torna-se ainda mais difícil prever o futuro de uma atividade tão social como é o turismo nas praias. Entretanto, nos aventuramos a colocar todo o nosso conhecimento de décadas de trabalho nas praias para que o presente e o futuro desta pandemia sejam os mais positivos possíveis. Este é um documento que advoga pela resiliência, adaptação e reflexão para evoluir.

Consequentemente, este documento está principalmente destinado aos gestores locais, assim como aos funcionários de escala nacional com ingerência nas praias. Estes terão a responsabilidade histórica de tomar as decisões nestes momentos de crise, assegurando que a COVID-19, ao invés de acabar com o turismo de sol e praia, fará com que seja fortalecido e evolua até um novo estágio de sustentabilidade. Esse é o principal objetivo pelo qual os mais de 300 membros da Rede Iberoamericana de Gestão e Certificação de Praias nos unimos para gerar esta publicação. Estamos convencidos de que as crises são para nos tornamos mais fortes, porque temos a confiança de que decisões corretas podem ser tomadas, e porque nosso conhecimento e experiência devem estar a serviço desse valioso sócio-ecossistema chamado PRAIA.

Camilo M. Botero
Coordenador Geral Rede PROPLAYAS
@CM_Botero

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